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12/02/2019

Vendas de caminhões tem previsão de 15% de crescimento em 2019, diz Anfavea

Projeção das fabricantes aponta para o licenciamento de 88 mil caminhões e 17 mil ônibus neste ano 

As vendas de caminhões deverão crescer algo em torno dos 15,8% em 2019, para volume próximo a 88 mil unidades, segundo a projeção de mercado divulgada na terça-feira, 8, pela Anfavea durante a apresentação do balanço do ano. Embora represente mais um ano de crescimento, o índice de alta é bem menor que o apurado em 2018, quando o segmento reportou aumento de 46,3% ao finalizar o período com mais de 75,9 mil veículos emplacados, o melhor resultado desde 2014, quando o mercado licenciou 137 mil caminhões.

A instituição também espera que as vendas de ônibus sejam maiores em 2019 e projeta volume de 17 mil, o que representará incremento de 12,7%. No ano passado, as vendas de chassis de ônibus fecharam com pouco mais de 15 mil unidades e alta de 28,3% sobre 2017.

Com isso, na soma das vendas de caminhões e ônibus, a Anfavea prevê o volume de 105 mil veículos comerciais pesados para 2019. Se confirmado, será um crescimento de 15,3% sobre os 91,1 mil feitos no ano passado.

Para o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos de Moraes, a projeção das fabricantes para o setor de pesados está baseada na inflação sob controle e no PIB mais robusto, que para a entidade, deve fechar 2019 com alta entre 2,5% e 3%. 

Referente ao índice de crescimento menor previsto para 2019, o executivo lembra que a base de comparação de 2018 contra 2017 é muito baixa, “por isso tivemos esse crescimento importante no ano passado”, observa.

Só em dezembro, aponta ele, foram emplacados pouco mais de 7,6 mil caminhões, volume quase estável se comparado com novembro, com leve queda de 0,6% (dezembro teve três dias úteis a menos com relação a novembro). No entanto, na comparação com dezembro de 2017, houve aumento de 25,7%. O número reflete uma média diária de 412 emplacadas por dia útil de dezembro.

“Fazia tempo que não víamos essa média acima das 400 unidades”, comentou Moraes. “O mercado voltou a postar crescimento, o que está sendo puxado pelos pesados: mais de 45% do total das vendas de 2018 são de caminhões da categoria pesada. É um mix muito importante para a indústria e este movimento continua sendo impulsionado pelas atividades ligadas à alta demanda do agronegócio e também o crescimento da construção civil, como o transporte de grãos e madeireiras, entre outros”.

O executivo continua dizendo que o segmento de pesados continuarão a impulsionar as vendas também para este como foi em 2018: “Para 2019, estamos prevendo que a categoria de caminhões pesados continuará a crescer na mesma dimensão do ano passado e ainda liderando o avanço do setor de caminhões.” Entretanto, o segmento que continua puxando a alta na venda de caminhões é o do extrapesados, que levam cargas acima 30 toneladas.

“O uso desses caminhões nesse momento está sendo mais acentuado. E as fábricas não estavam preparadas para uma venda tão acentuada neste primeiro trimestre.

Moraes conta que em 2018 também houve um movimento de empresas frotistas que aumentaram suas consultas e algumas delas se converteram em vendas devido ao preço do frete, o que causou o revés que deu origem à greve dos caminhoneiros no fim de maio do ano passado. “Mas essas vendas não refletem o crescimento das vendas totais do setor, foram casos mais isolados.”

PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES TAMBÉM EM ALTA PARA 2019

Com um mercado interno aquecido, a produção de caminhões e ônibus deverá se manter acelerada neste ano. A projeção da Anfavea aponta para a fabricação de 150 mil veículos pesados em 2019, volume quase 12% maior que o total feito no ano passado, que ficou em 134,1 mil, ambos considerando a soma de caminhões e ônibus. Em 2018, foram fabricados 105,5 mil caminhões, volume 27,1% superior ao do no anterior. Já no segmento de chassis de ônibus, o volume produzido chegou a 28,5 mil 

As exportações de veículos pesados também crescerão em 2019, de acordo com as previsões da Anfavea, mas em índice bem menor: a alta prevista é de 3,7%, para algo como 35 mil caminhões e ônibus. Apesar disso, será um alívio para a indústria se isso for mesmo concretizado, uma vez que as exportações de 2018 amargaram queda de quase 10% contra 2017, para 33,7 mil, principalmente pela diminuição dos embarques para a Argentina, com uma crise econômica em curso. No segmento de caminhões, os embarques caíram 12,7% no comparativo anual, para 24,6 mil. No de ônibus, as vendas ao exterior ficaram estáveis com o mesmo volume de 9,1 mil unidades.

Segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, o que mantém o otimismo da entidade para voltar a crescer nas exportações de pesados é o fato de que outros mercados estão em ascensão enquanto a Argentina ainda não se recupera. “Países como Rússia e África do Sul estão crescendo. Acredito que haverá maior diluição nas exportações dos pesados para outros mercados”, disse.

A busca por outros clientes na esfera internacional para não depender tanto da Argentina já vem sendo uma prática difundida em algumas montadoras, caso da Mercedes-Benz, cujos embarques para o país vizinho caíram 20%, mas aumentaram 25% para outros destinos em 2018.

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